quinta-feira, 14 de abril de 2011

Finalizando

Aqui quem posta é o historiador Francisco Costa Magalhães. Reuni os diários de Conselheiro e Euclides da Cunha e estou postando agora no meu blog. Espero que tenham gostado das postagens e agradeço a todos que me acompanharam. Aqui estão algumas fotos (retiradas do site http://www.girafamania.com.br/montagem/fotografia-brasil-guerra-canudos.htm) e vídeos reunidos.
  Homens, mulheres e crianças prisioneiras.


 Ruínas da Igreja Velha de Santo Antônio e Ruínas da Igreja Nova, respectivamente.


Canudos após o incêndio e Sepultamento do Capitão Antônio Manuel de Aguiar e Silva.

Aqui um link do youtube.
Sobreviventes - Filhos da Guerra de Canudos
http://www.youtube.com/watch?v=8dIwlfQr-fc&feature=related


Há um filme produzido sobre a Guerra, aqui vão as informações.


FILME: GUERRA DE CANUDOS
Foto de Estevam Avellar (1997)
Com Paulo Betti, Marieta Severo, José Wilker e Cláudia Abreu no elenco, estreado em 3/10/1997, Guerra de Canudos. Dirigido por Sérgio Resende, o filme foi rodado em uma cidade cenográfica. A fotografia é de ESTEVAM AVELLAR, com produção de Marina Leal.
Betti, Marieta e Wilker, em foto de Estevam Avellar (1997).

Encerrando a Guerra

A foto logo abaixo é de Conselheiro em seu leito de morte. O conflito teve seu fim marcado logo após tal fato. O governo prometeu a vida a quem se rendesse. Porém, mesmo sobreviventes se rendendo, o governo degolou todos, incluindo mulehres e crianças. Em 5 de outubro de 1897, quando os últimos defensores do arraial morreram, o corpo de Conselheiro foi exumado e sua cabeça decepada a faca. O arraial foi incendiado e completamente destruído. Sei disso pois fui mandado apra lá com a missão de retratar o fato ocorrido. Todo o diário de Conselheiro foi encontrado por mim e assim consegui escrever meu livro, que retratou a região, o sertanejo e toda a luta. Passei alguns anos acompanhando tudo e vi com meus próprios olhos um dos maiores crimes que o governo brasileiro já cometeu. Conselhiero não conseguiu terminar de contar sua história em seu diáro, por isso vou continuá-la baseado no que tenho de informações.

Tudo indica que, após começar suas peregrinações, Conselheiro passou por muitas situações de sofrimento, o fato de ter sido acusado de matar mãe e esposa. Após mudar constantemente e peregrinar por vários locais, Conselheiro decide se fixar na vila de Canudos, onde se torna a pessoa mais querida da cidade.

Os fotógrafos do exército reuniram várias fotos do ocorrido, que colocarei aqui depois. Toda essa execução de Canudos está presente em uma das minhas obras, a qual recomendo a leitura, pois estou cansado de tantas mortes e agora descansarei após o término da Guerra de Canudos.

Euclides da Cunha, 1902

quarta-feira, 13 de abril de 2011

E o cerco se fecha...

Com a chegada do ministro, o exército está mais orgranizado e as batalhas estão ficando mais difíceis. Após sucessivos confrontos nossa situação é muito delicada. Estamos no mês de setembro e as tropas enfim conseguiram fechar o cerco sobre nosso arraial. Nós estamos em uma batalha de vida ou morte e, na minha opiniao, nossa luta está chegando ao fim. Hoje, dia 22 de seembro de 1987, já não me sinto tão disposto a lutar devido as fortes dores que me consomem, meu organismo já não funciona direito, sinto forte dores no abdomen e não sei se resistirei por muito tempo. Aos meus seguidores deixo exposta a verdadeira causa dessa luta, que em nenhum momento teve como objetivo reinstaurar a monarquia, mas sim abrir os olhos do governo para a miséria e o sofrimento do povo do sertão nordestino, que sem ajuda alguma, é deixado de lado, esquecido e segregado do resto do país. Por isso, mesmo que eu não sobreviva hoje, espero que todos continuem a lutar e dar a vida por Canudos para enfim conserguimos igualdade...

De Cocorobó a Monte Santo

Já esperavamos as investidas das tropas do exército e por isso nos preparamos muito bem para tal. Com as armas abandonadas pelas outras expedições conseguimos criar uma defesa consistente. No dia 25 de junho, na cidadezinha de Cocorobó travamos o primeiro combate contra a coluna Savaget, e tivemos êxito, pois quando finalmente chegaram a Canudos as tropas do exército já haviam sofrido perdas consideráveis. Os meses passam e o exécito não tem êxito em suas investidas e está cada vez mais fraco, dizem que falta comida para eles e é por esse motivo que o Ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, está vindo para o sertão baiano, mais precisamente para Monte Santo, para dar fim à crise de abastecimento das tropas e criar um centro de operações no sertão. Algo que pode dificultar as coisas para nós, mas vamos continuar nossa luta!

Repercussão e reação

Estamos em abril e após mais uma vitória nossa, a repercussão na capital foi imensa. E é de lá que vem a notícia de que o Ministro da Guerra está preparando mais uma investida contra nossa vila, dessa vez sob o comando do general Arthur Oscar de Andrade, divididos em duas colunas, comandadas pelos também generais João da Silva Barbosa e Cláudio do Amaral Savaget, ambas com mais de 4 mil homens armados até os dentes.

Mais um ataque

Estávamos, ou pelo menos eu estava, esperando um novo ataque. Por isso nos preparamos para qualquer investida do exército. E foi o que aconteceu. Um tal de Antônio Moreira César, considerado pelo exército como um herói por ter mandado executar  revolucionários federalistas lá no Sul (vai entender), comandou essa tal investida. A notícia de que sofreríamos esse ataque fez com que muitos se juntassem à expedição. Felizmente, durante a travessia do comandante Antônio e sua tropa pelas serras, conseguimos causar fortes baixas e deixar seu pelotão mais fraco. Ao chegarem à vila, conseguimos não só expulsá-los, mas também matar César e seu segundo em comando. Mais uma vitória para nós. Eu particularmente já tenho fortes sentimentos de vitória, mas ainda há muito pela frente. E assim vai.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Aumentando o caos

Apos o primeiro choque, tenho certeza de que os rumores sobre nós querermos derrubar a República e instalar a Monarquia têm aumentado ainda mais, o que com certeza vai aumentar as perseguições por parte do governo. Há tambem rumores de que grandes fazendeiros estejam se reunindo para aumentar a pressão sobre o governo e acabar com nossa vila.
Hoje, dia 18 de janeiro de 1897, uma nova tropa nos atacou, sobre o comando do Major Febrônio de Brito. Novamente conseguimos expulsar os invasores com armas que conseguimos de formas variadas, abandonadas ou que tomadas das tropas.
Continuo mantendo a ordem entre os civis, pois o grau de agitação dentro da vila tem aumentado bastante. Também estou tomando conta de toda a parte religiosa, minha função há tempo.

O começo do conflito

Hoje é dia 24 de novembro de 1897. Surpreendemos tropas do exército que marchavam em direção à nossa vila, sob o comando do Tenente Pires Ferreira, porém perdemos muitos de nós. Tal feito aconteceu em Uauá, fato contado por algusn de meus seguidores que realizaram tal ação. Mesmo assim, conseguimos expulsar essas tropas. Isso tudo começou pois encomendei madeira da cidade de Juazeiro, somente para construir uma igreja nova, mas eles não entregaram, apesar de a termos pago. Eles achavam que iríamos atacá-los e isso causou toda essa repercussão. Estamos nos preparando pois tenho certeza de que isso começará uma reação em cadeia e desencadeará um conflito ainda maior do que vimos. Porém, no momento, podemos somente esperar.

Minha história e convocação

Antes de tudo gostaria de dividir um pouco da minha história com vocês. Meu nome verdadeiro é Antônio Vicente Mendes Maciel. Nasci no dia 13 de março de 1830, na Vila de Quixeramobim, interior do Ceará. Meus pais sempre quiseram que eu entrasse para o clero, possivelmente me tornando um padre, pois naquela época essa era uma das poucas maneiras de pobres ascenderem socialmente. Porém, com a morte da minha mãe, em 1834, todo esse sonho foi por água abaixo. Algum tempo depois, meu pai se casou novamente, e um segredo que irei dividir com vocês, amigos, é que minha madrasta me espancava sempre que tinha a chance. Em 1855, quando eu tinha 25 anos, meu pai morre, logo eu herdo o comércio da família. Dois anos depois, me caso com minha prima, Brasilina Laurentina de Lima. Assim começa minha vida agitada, me mudando bastante e variando de profissões, até chegar em Ipu, onde, após certo tempo, flagro minha mulher me traindo com um sargento de polícia em minha própria casa. Mudo para Cariri, onde começo minha vida de peregrinações. O resto de minha história contarei mais tarde. O governo vem me perseguindo, já que prego a ideia de tal regime ser anti-Cristo e eles vem demonstrando certo desconforto com tais ideias. Acho que desconfiam dos meus propósitos. De qualquer forma, convoco todos os sertanejos que estejam vivendo de forma miserável a migrarem para Canudos, esta vila atualmente liderada por mim. Venham, devemos construir uma forma de governo justa e que beneficie a todos com a ajuda do Senhor.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

gênesis


A situação do Nordeste brasileiro está muito precária. Fome, secas constantes, desemprego, miséria, violência e abandono político, por parte do presidente da república Prudente de Morais e aqueles que o apóiam, afetam os sertanejos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação nos faz pensar em uma revolução. Estamos em novembro de 1896, no sertão da Bahia, e iremos inicar um conflito civil, que será formado pelos sertanejos e ex-escravos. Nosso objetivo com essa revolta, será fazer com que o governo se lembre do sertão não apenas quando for cobrar os impostos e sim, na hora de investi-los e também para que essa cobrança seja feita de forma menos violenta, conseguir terras para trabalhar, empregos com salários dignos.